Acupuntura no tratamento de pacientes com DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica)

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é um mal comum caracterizado pela limitação irreversível da capacidade respiratória, sendo prevista como a 3a principal causa de morte até 2020. A dispneia, ou sensação de dificuldade respiratória, sob esforço é seu principal e mais debilitante sintoma, podendo tornar-se um fardo ao paciente pois afeta muitos aspectos da vida diária.

Neste estudo, Suzuki e colaboradores resolveram testar se a acupuntura é superior ao agulhamento placebo no alívio dos sintomas de dispneia em pacientes com DPOC que estejam recebendo tratamento padrão.

Para tal, contaram com 68 pacientes da região de Kansai (Japão) diagnosticados com DPOC e tratados com medicamentos padrão. Os pacientes foram divididos e dois grupos aleatoriamente, um que recebeu tratamento de acupuntura tradicional (n=34) e outro que recebeu agulhamento placebo (n=34). Os pacientes foram submetidos a sessões semanais de acupuntura por 12 semanas consecutivas e os resultados medidos segundo a escala Borg (tradicionalmente utilizada para medir a percepção subjetiva do esforço e amplamente utilizada em pneumologia).

Os pontos utilizados no tratamento foram: P1 (Zhongfu), P9 (Taiyuan), IG18 (Futu), VC4 (Guanyuan), VC12 (Zhongwan), E36 (Zusanli), R3 (Taixi), VB12 (Wangu), B13 (Feishu), B20 (Pishu) e B23 (Shenshu).

Os autores apontam como resultado principal a queda de 3,6 pontos na escala Borg após o teste de caminhada de seis minutos no grupo que recebeu tratamento contra a queda de apenas 0,4 no grupo que recebeu agulhamento placebo.

Resultados secundários foram a melhora na saturação de oxigênio no sangue e no Questionário Respiratório do Hospital de St George (St George Respiratory Questionnaire) – que mede a qualidade de vida dos pacientes.

Outros resultados significantes apontados pelos autores quando o grupo tratado foi comparado ao que recebeu agulhamento placebo foram:

  • Dispneia durante as atividades diárias caiu significantemente segundo escala da MRC (Medical Research Concil)
  • Melhora no estado nutricional (IMC e níveis de pré albumina)
  • Melhora na Pressão Arterial de Oxigênio do Sangue (PaO2)
  • Melhora na Expansibilidade Torácica
  • Melhora na Função Respiratória (Capacidade Vital Forçada, Capacidade de Difusão de Monóxido de Carbono e Percentual da Capacidade de Difusão de Monóxido de Carbono)
  • Melhora na Força do Músculo Respiratório (Pressão Bucal Expiratória Máxima e Pressão Bucal Inspiratória Máxima)

Veja o artigo na íntegra em:

Suzuki et al 2012

Boa leitura! Aproveite!