A moxabustão é uma antiga técnica de tratamento e prevenção de doenças através da queima da moxa – um preparado com folhas de Artemísia (Artemisia vulgaris).
Esta é, provavelmente, a terapia mais antiga associada à medicina chinesa. A descoberta dos textos escritos em seda na tumba número três de Ma Wang Dui, mais especificamente o “Tratado de moxabustão dos onze vasos Yin Yang”, faz menção ao emprego de moxa mil anos antes da publicação do Nei Jing – o clássico de medicina chinesa conhecido no ocidente por “O Clássico do Imperador Amarelo” (estima-se que o Imperador Amarelo tenha reinado entre 2697 a.C. a 2597 a.C.).
Em geral, podemos aplicar a moxa de quatro formas:
. Cones de moxa
Feitos manualmente no momento da aplicação a partir da lã de moxa. Os cones podem ser aplicados diretamente sobre a pele, sobre sal ou gengibre.
. Bastão de moxa
Com sua apresentação em cilindros, possuem forma similar a um charuto. Geralmente são aplicados próximos a pele do paciente de forma estática, com movimentos (circulares ou em varredura) ou de forma intermitente (aproximando e afastando o bastão).
. Moxa na agulha ou agulha térmica
Esta forma é aplicada de forma a combinar acupuntura e moxabustão. Após a inserção da agulha, um cone de moxa é inserido no ápice da mesma para que o calor seja conduzido através da agulha até o ponto desejado.
. Caixa de moxa
Consiste numa pequena caixa de madeira retangular, geralmente com 15cm x 8cm x 8cm. Tal caixa possui uma grade metálica interna posicionada a cerca de 3cm do fundo, onde é posicionada a lã de moxa para a queima – que dura cerca de 10 a 15 minutos. A técnica é geralmente utilizada na região lombar, abdome e baixo ventre, mas pode ser utilizada em outras regiões do corpo.
As principais e mais comuns indicações da moxabustão são:
. Enfermidades crônicas, que deixam o organismo debilitado;
. Prolapsos (ptoses) em geral;
. Doenças causadas pelo frio;
. Dores em geral, mas especialmente em dores classificadas na medicina chinesa como “Síndrome da Obstrução Dolorosa”;
. Auxiliar no tratamento de fraturas;
. Pessoas idosas para ativar o calor, eliminar dores, remover estagnações, entre outros;
. Crianças e pessoas debilitadas de maneira geral;
. Desportistas e atletas para melhorar o rendimento;
. Remover distensões;
. Como preventivo das doenças e manutenção da saúde;
. Recuperação funcional pós-operatória;
. Desintoxicação;
. Em todas as circunstâncias que eventualmente a agulha não possa ser usada.
Bibliografia:
Auteroche, B. & Auteroche, M. 1996. Guia Prático de Acupuntura e Moxibustão. Editora Andrei. 272 pp.
Carrozza, P. 2002. A Critical Review of the Principal Studies on the Four Manuscripts Preceding the B Version of the Mawangdui Laozi. B.C. Asian Review. 13: 49-69.
Nascimento, M.C. 2006. As Duas Faces da Montanha: Estudo Sobre Medicina Chinesa e Acupuntura. Editora Hucitec. 252 pp.